quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Por Onde Andará: Lulo

Sempre prefiro as vozes femininas, mas, às vezes me deparo com um cantor que me tira o fôlego, é o caso de Lulo. Dono de uma voz com timbre perfeito para o pop bom e agradável, esse rapaz surgiu como um meteoro e fez participações em novelas e reality show e como um cometa também desapareceu, dá uma saudade de ouvir algo novo na voz dele, mas, fazer o que né? Espero que vocês curtam esse que é seu único cd solo, lançado em 2001
MODERNIDADE
1 Modernidade        
2 Amor de reclame        
3 Cartas         
4 Controle         
5 Falta pouco...         
6 Meio do nada         
7 Deus         
8 Por um triz
9 Construção/Deus lhe pague (Chico Buarque)
10 Tudo passa         
11 Odara         
12 O trator, o sol e o saber        
13 Ser, estar        
Ou então ouve por aqui mesmo: 
 




 
 

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Waldick: Sempre no Meu Coração



A atriz Patrícia Pillar demonstra talento na direção com o documentário Waldick: Sempre no Meu Coração, sua primeira experiência por trás das câmeras. O filme apresenta aspectos da vida pessoal, e o prazer em recitar versos, do introspectivo músico do interior baiano. O selo Coleção Canal Brasil, criado no intuito de privilegiar a divulgação de filmes nacionais (documentários e ficção), lançou o DVD do documentário em agosto e pretende distribuir 14 títulos até o fim de 2011.

A partir de 2005, Patrícia Pillar decidiu acompanhar o cantor em shows pelo sertão do Ceará, Bahia e São Paulo. Com uma pequena equipe de filmagem, Patrícia mesclou imagens das apresentações e entrevistas com pessoas que passaram pela vida do músico.

Tecnicamente, os méritos da obra são incontestáveis. Enquanto o automóvel percorre uma estrada de interior, o plano detalhe no chapéu preto – acessório marcante na indumentária do cantor – ilustra a abertura de Waldick: Sempre no Meu Coração. A fotografia que mostra a luz dura do sertão, os planos próximos nos rostos dos entrevistados, e a subjetividade dos quadros que compõem imagens de shows, comprovam a habilidade de Patrícia Pillar em manter-se próxima ao personagem, centrada no vínculo íntimo com uma figura marcada por diversas nuances.

Melancólico, romântico, reflexivo ou cafajeste, beberrão ou solitário? O músico que se vestia de preto por causa do apreço pelo herói Durango Kid era uma figura humana interessante, justamente por não se ater a uma ou outra categoria. Era vasto e pulsante, como sua própria vida.

Mulherengo, não se sabe, ao certo, quantas mulheres amou (ou se de fato amou alguma), mas muitas passaram por sua vida, encantadas pelos sábios versos de um trovador que não gostava de ser chamado de ‘brega’, ou ‘cafona’. Identificava-se como cantor romântico. Waldick vivia como numa espécie de roadie movie, em eterno movimento, sem prender-se a amores duradouros. Antes de ser estrela da música romântica, Waldick Soriano foi engraxate, lavrador e garimpeiro. Gravou o primeiro disco nos anos 1960, em São Paulo, e ao longo de 18 anos mais de 28 LP´s foram lançados.


Waldick: Sempre no Meu Coração – 58 min
Brasil – 2009

Direção: Patrícia Pillar
Roteiro: Patrícia Pillar, Fausto Nilo, Quito Ribeiro

FONTE: http://www.cinemanarede.com/2011/09/critica-waldick-sempre-no-meu-coracao.html

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Stephen King

Escritor americano nascido em 21/09/1947 em Portland (Maine), Stephen Edwin King pode ser considerado como "O Mestre do Horror Moderno", devido ao seu notável talento em escrever livros e contar histórias recheadas com elementos sobrenaturais. Sua obra literária alcançou um sucesso e reconhecimento tão grandes, que foi traduzida para mais de 35 países e dezenas de suas histórias foram adaptadas para o cinema e televisão, tornando-se um dos autores mais filmados na história do cinema de horror, ao lado de outros mestres como Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft e Clive Barker.
No começo de 1959, ele iniciou suas atividades literárias editando um fanzine local chamado "Dave´s Rag" juntamente com seu irmão mais velho David. Com baixa tiragem e utilizando recursos modestos de produção, eles reproduziam o jornal com o auxílio de um mimeógrafo e distribuíam na cidade onde moravam, Derham.
Em 1963, com a ajuda do amigo Chris Chesley, King publicou uma coleção com 18 contos sobrenaturais chamada "People, Places, and Things – Volume I", vindo um ano depois a publicar de forma amadora o livro "The Star Invaders". Aos 18 anos de idade, Stephen King teve seu primeiro trabalho publicado, o conto "I Was a Teenage Grave Robber", na revista "Comics Review". Em 1967, ele teve sua primeira história vendida, "The Glass Floor", para a revista "Startling Mystery Stories".
Em janeiro de 1971, o escritor casou-se com Tabitha Jane Spruce, com quem vive até hoje. Ela foi a responsável pelo marido terminar de escrever o livro "Carrie", cujo projeto tinha sido abandonado por ele antes da conclusão. Publicado em 1974 e transformado em filme dois anos depois nas mãos do diretor Brian De Palma, a história de uma adolescente com poderes telecinéticos que se vinga mortalmente dos colegas de escola que a desprezavam, foi um grande sucesso de bilheteria e impulsionou de forma avassaladora a carreira de Stephen King, que a partir daí iniciou uma overdose de lançamentos de livros como "A Hora do Vampiro" (1975), "O Iluminado" (1977), "A Dança da Morte" (1978), "Sombras da Noite" (contos, 1978), "Zona Morta" (1979), "A Incendiária" (1980), e muitos, muitos outros mais, com a maioria sendo adaptada e transformada em filmes.
Atualmente, Stephen King vive com sua esposa e três filhos em Bangor, no Maine (Estado americano onde a maioria de suas histórias são ambientadas), e com mais de 300 milhões de livros em publicação pelo mundo, ele continua escrevendo e também emprestando seu talento para o cinema, que já possui uma galeria maldita com dezenas de filmes baseados em sua obra.
Em junho de 1999 ele sofreu um grave atropelamento quando caminhava por uma estrada, mas com muito esforço conseguiu recuperar-se e logo escreveu o roteiro da mini-série para a TV "A Casa Adormecida" (Rose Red, 2002) e o livro "O Apanhador de Sonhos" (Dreamcatcher), que transformou-se em filme para o cinema no início de 2003, perpetuando seu legado de horror e felizmente saciando sua legião de fãs sedentos por histórias sobrenaturais.

TOP TEN: (minhas escolhas)











Fonte para a biografia: 



domingo, 27 de novembro de 2011

A Arte de Ser Feliz - Cecilia Meireles



HOUVE um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.
HOUVE um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê- las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.
HOUVE um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.
HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
MAS, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


VAI – Ivan Ângelo




Quer ir? Vai. Eu não vou segurar. Uma coisa que não dá certo é segurar uma pessoa contra a vontade, apelar para o lado emocional. De um jeito ou de outro isso vira contra a gente mais tarde: não fui porque você não deixou, ou: não fui porque você chorou. Sabe, existem umas harmonias em que é bom a gente não mexer. Estraga a música. Tem a hora dos violinos e tem a hora dos tambores.
            Eu compreendo, compreendo perfeitamente. Olha, e até admito: você muda pra melhor. Fora de brincadeira acho mesmo. Eu sei das minhas limitações, pensei muito nisso quando tava tentando te entender. É, é um defeito meu, considerar as pessoas em primeiro lugar. Concordo. Mas não tem mais jeito, eu sou assim. Paciência.
            Sabe por que eu digo que você muda pra melhor? Ele faz tanta coisa melhor do que eu! Verdade. Tanta coisa que eu não aprendi por falta de tempo, de oportunidade – ora, pra que ficar me justificando? Não aprendi por falta de jeito, de talento, essa é que é a verdade. Eu sei ver as qualidades de uma pessoa, mesmo quando é um homem que vai roubar minha namorada. Roubar não: ganhar.
            Compara. Ele dança muito bem, até chama a atenção. Campeão de natação, anda de bicicleta como um acrobata de circo, é bom de moto, sabe atirar, é fera no volante, caça e acha, monta a cavalo, mete o braço, pesca, veleja, mergulha... Não tem companhia melhor.
            Eu danço mal, você sabe. Não consegui ultrapassar aquela fronteira larga entre a timidez e a ousadia, entre a discrição e o exibicionismo, que separa o mau e o bom bailarinos. Nunca fui muito além daquela fase em que uma amiga compadecida precisava sussurrar no meu ouvido: dois pra lá, dois pra cá.
            Atravessar uma piscina eu atravesso, uma vez, duas talvez, mas três? Menino de cidade, e modesto, não tive córrego nem piscina. É com olhos invejosos que eu o vejo na água, afiado como se tivesse escamas.
            Moto? Meu Deus, quem sou eu. Pra ser bom nisso é preciso ter aquele ar de quem vai passar roncando na frente ou por cima de todo mundo – e esse ar ele tem.
            Montar? É preciso ter essa certeza, que ele tem, de que cavalo foi feito pra ser domado, arreado, freado, ferrado e montado. Eu não tenho. Não tá em mim. Eu ia montar como se pedisse desculpas ao cavalo pelo incômodo, e isso não dá, não pode dar um bom cavaleiro.
            O jeito como ele dirige um carro é humilhante. Já viajei com ele, encolhido e maravilhado. Você conhece o jeitão, essa coisa da velocidade. Não vou ter nunca aquela noção de tempo, a decisão, o domínio que ele tem. Cada um na sua. Eu troquei a volúpia de chegar rapidinho pelo prazer de estar a caminho. No amor também.
            Caçar... Dar um tiro num bicho... Ele tem isso, a certeza de que o homem é o senhor do universo, tudo tá aí pra ele. Quem me dera. Quando penso naquela pelota quente de aço entrando no corpo do bicho, rasgando carne, quebrando ossos... Não, não tenho coragem.
            Aí é que eu tou perdido mesmo, no capítulo da coragem. Ele faz e acontece, já vi. Mas eu? Quantas vezes já levei desaforo pra casa. Levei e levo. Se um cachorro late pra mim na rua, vou lá e mordo ele? Eu não. Mudo de calçada.
            Outra coisa: ele é mais engraçado do que eu. Fala mais alto, ri à vontade, às vezes chama até um pouco a atenção mas... é da idade. Lembra aquela vez que ele levou um urubu e soltou na igreja no casamento do Carlinhos? E aquela vez que ele sujou de cocô de cachorro as maçanetas dos carros estacionados na porta da boate? Lembra que sucesso? Os jornais falaram por dias naquilo. Não  consigo ser engraçado assim. Não tá em mim. Por isso que eu não tenho mágoa. Ele é muito mais divertido. E mais bonito também.
            Vai.
            Olha, não quero dizer que o que eu vou falar agora tenha importância pra você, que possa ter influído na sua decisão, mas ele tem mais dinheiro também, você sabe. Ele tem até, sabe?, aquele ar corajoso dos ricos, aquela confiança de entrar nos lugares. Eu não. Muito cristal me intimida. Os meus lugares são uns escondidos onde o garçom é amigo, o dono me confessa segredos, o cozinheiros acena lá do quadradinho e me reserva o melhor naco. É mais caloroso, mas não compensa o brilho, de jeito nenhum.
            Ele é moderno, decidido. Num restaurante não te oferece primeiro a cedeira, não observa se você tá servida, não oferece mais vinho. Combina, não é?, com um tipo de feminismo. A mulher que se sente, peça o que quiser, sirva-se, chame o garçom quando precisar. Também não procura saber se você tá satisfeita. Eu sei que é assim que se usa agora. Até no amor. Já eu sou meio antigo, ultrapassado, gosto de umas cortesias.
            Também não vou dizer que ele é melhor do que eu em tudo. Isso não. Eu sei por exemplo uns poemas de cor. Li alguns livros, sei fazer papagaios de papel, posso cozinhar uns dois ou três pratos com categoria, tenho certa paciência pra ouvir, sei uma ótima massagem pra dor nas costas, mastigo de boca fechada, levo jeito com crianças, conheço umas orquídeas, tenho facilidade pra descobrir onde colocar umas carícias, minhas camisas são lindas, sei umas coisas de cinema, não bato em mulher.
            E não sou rancoroso. Leva a chave para o caso de querer voltar.
           
           


sábado, 26 de novembro de 2011

Vergonha Nacional



QUE VERGONHA BRASIL!!! “O Cacique Raoni chora ao saber que Dilma liberou o inici...o das construções de Belo Monte. Belo Monte seria maior que o Canal do Panamá, inundando pelo menos 400.000 hectares de floresta, expulsando 40.000 indígenas e populações locais e destruindo o habitat precioso de inúmeras espécies. Tudo isto para criar energia que poderia ser facilmente gerada com maiores investimentos em eficiência energética.” (…)QUEM PODE ME AJUDAR A COMPARTILHAR ESSA IMAGEM? Obrigado Galera de coração!

Ana Carolina – Ensaio de Cores Ao Vivo





“Ensaio de Cores” mistura música e voz da cantora com as telas pintadas por ela mesma. Todo o repertório é executado num formato diferenciado. A banda é formada só por mulheres. A música “Problemas” faz parte da trilha de Fina Estampa.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Te Amo - Vanessa da Mata



Mas o pior não é não conseguir
É desistir de tentar
Não acredite no que eles dizem
Perceba o medo de amar
Eu cresci ouvindo anedotas, clichês e
chacotas
Frustrações
Sobre amasiar, se casar
Se entregar seria fraquejar
Te amo, te amo, te amo
E se o tempo levar você
E um dia eu te olhar e não te reconhecer
E se o romance se desconstruir
Perder o sentido
E eu me esquecer por ai
Mas nós somos um quadro de Klint
"O Beijo" para sempre fagulhando em cores
Resistindo a tudo seremos
Dois velhos felizes
De mãos dadas numa tarde de sol
Pra sempre
Te amo, te amo, te amo


PS.: Músca perfeita (uma das melhores da Vanessa, clip muito bonito, bravo Wagner Moura. só um pecado talvez imperdoavel: não contsa em nenhum lugar o nome da bailarina, vou acabar isso agora hahaha.

Marilena Ansaldi (São Paulo, 1934) é uma bailarina, coreógrafa, autora, produtora e atriz brasileira. Foi primeira balarina do Teatro Municipal de São Paulo.
É a fundadora do Balé de Câmara do Estado de São Paulo e do Grupo de Dança Viva (São Paulo).

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Saudade




“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”

Clarice Lispector

Carta Anônima - Caio Fernando Abreu



Tenho trabalhado tanto, mas penso sempre em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada aos poucos, e com mais força enquanto a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos. Tão transparentes que até parecem de vidro, vidro tão fino que, quando penso mais forte, parece que vai ficar assim clack! E quebrar em cacos, o pensamento que penso de você. Se não dormisse cedo nem estivesse quase sempre cansado, acho que esses pensamentos quase doeriam e fariam clack! De madrugada e eu me veria catando cacos de vidro entre os lençóis. Brilham, na palma da minha mão. Num deles, tem uma borboleta de asa rasgada. Noutro, um barco fundido com a linha do horizonte, onde também tem uma ilha. Não, não: acho que a ilha mora num caquinho só dela. Noutro, um punhal de jade. Coisas assim, algumas ferem, mesmo essas são sempre bonitas. Parecem filme, livro, quadro. Não doem porque não ameaçam. Nada que eu penso de você ameaça. Durmo cedo, nunca quebra.
         Daí penso coisas bobas quando, sentado na janela do ônibus, depois de trabalhar o dia inteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você. Quando não encontro lugar para sentar, o que é mais freqüente, e me deixava irritado, agora não, descobri um jeito engraçado de, mesmo assim, continuar pensando em você. Me seguro naquela barro, olho através das janelas que, nessa posição, só deixam ver metade do corpo das pessoas pelas calçadas, e procuro nos pés delas aqueles que poderiam ser os seus. (A teus pés, lembro.). e fico tão embalado que chego a me curvar, certo que são mesmo os seus pés parados em alguma parada, alguma esquina. Nunca vejo você – seria, seriam?
         Boas e bobas, são as coisas todas que penso quando penso em você. Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto de mentirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras. Finjo que me assuto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi xom hortelã ou comer salada de frutas em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta meu pensamento e do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você. Digo eu também, mas não sei o que falamos em seguida porque ficamos meio encabulados, a gente tem muito poder de parecer ridículos melosos peigas bregas românticos pueris banais. Mas no que eu penso, penso também que somos mesmo meio tudo isso, não tem jeito, e tudo que vamos dizendo, quando falamos no meu pensamento, é frágil como a voz de Olivia Byngton cantando Villa-Lobos, mais perto de Mozart que de Wagner, mais Chagal que Van Gogh, mais Jarmush que Wim Wenders, mais Cecília Meireles que Nélson Rodrigues.
         Tenho trabalhado tanto, por isso mesmo talvez ando pensando assim em você. Brotam espaços azuis quando penso. No meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um pouco tolo, meio melodramático, e penso então tule nuvem castelo seda perfume brisa turquesa vime. E dito a cabeça no seu colo ou você deita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que a terra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nem percebemos, no umbigo do universo. Você toca minha mão, eu toco na sua.
         Demora tanto que só depois de passarem três mil dias, consigo olhar bem dentro dos seus olhos e é então feito mergulhar numas águas verdes tão cristalinas que têm algas na superfície ressaltadas contra a areia branca do fundo. Aqualouco , encontro pérolas. Sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé no ônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meu corpo balançar como se tivesse à bordo de um navio ou de você. Fechos olhos, faz tanto bem, você não sabe. Suspiro tanto quando penso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente.  Caminho mais devagar, certo que na próxima esquina, quem sabe. Não tenho tido muito tempo ultimamente mas penso tanto em você que na hora de dormir vezenquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos. Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos. Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar. Clack! Como se fosse, verdade, um beijo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Vale a pena uma olhada.

Essas séries acabaram de estrear e com certeza vale uma olhada com mais carinho, vou colocar aqui um resumo delas e depois comento outras que estou assistindo. Confiram:



           
           Com Emily VanCamp no papel principal, ela é Emily Thorn, uma jovem que acaba de se mudar para Hamptons, um paraíso para os ricos. Porém o que ninguém sabe, é que Emily na verdade é Amanda, filha de um casal que morava na mesma casa em que, a agora Emily, se muda. Algo aconteceu no passado, que destruiu sua família. Não se sabe exatamente o que aconteceu, mas Emily está de volta para uma “simples” vingança (Revenge, em inglês). Ela irá se vingar, um a um, de todos os que de alguma maneira influenciaram na destruição de sua família.



        A trama explora o tema sobre a vida após a morte e os verdadeiros valores da nossa existência. Na história, Michael Holt (Patrick Wilson, de “Angels in America”) é um brilhante e carismático cirurgião, obcecado por seu trabalho. Dedicado a seus pacientes de classe alta, Michael vive uma existência totalmente materialista. Mas sua vida sofre uma reviravolta quando sua ex-esposa, Anna (Jennifer Ehle, de “Orgulho e Preconceito”), uma médica com ideologias opostas às deles, reaparece em sua vida. O problema é que Anna já morreu.




         Criada por J.J. Abrams e Jonathan Nolan e estrelada por Michael Emerson e Jim Caviezel, Person of Interest narra a vida de um ex-agente da CIA que, dado como morto, passa a trabalhar para um misterioso bilionário (Emerson) no combate ao crime da cidade de Nova Iorque.




            A história da série acompanha a família Harmon, composta por Ben Harmon (Dylan McDermott), um terapeuta, Vivien (Connie Britton), sua esposa, e Violet (Taissa Farmiga), sua filha, que se muda de Boston para Los Angeles. Os Harmon compram uma casa que pertenceu a um casal gay (Zachary Quinto, de “Heroes”, e Teddy Sears). Logo eles percebem que a propriedade possui estranhos segredos. Entre eles, o poder de interpretar os medos e anseios de seus moradores. Na residência vive a governanta Moira O’Hara, que é vista por cada um como uma pessoa diferente (interpretada por duas atrizes: Frances Conroy e Alexandra Breckenridge). No elenco também está Jessica Lange, como Constance, a estranha vizinha da família Harmon, que vive com sua filha (Jamie Brewer) e mantém uma relação com um homem mais jovem (Michael Graziadei); Dennis O’Hare (True Blood), como o esquisito Larry; Evan Peters, como Tate, um paciente de Ben com tendências homicidas, que se envolve com Violet; e Eric Close (Without a Trace), como Hugo, morador da casa na década de 1980.





         Esse drama policial incorpora as histórias dos contos de fadas dos irmãos Grimm. Um policial chamado Nick (interpretado por David Giuntoli) começa a ver humanos como animais e quer proteger a sociedade deles. Russell Hornsby interpreta o parceiro de Nick, e Bitsie Tulloch, seu interesse romântico.

domingo, 20 de novembro de 2011

Esses tais cantores latinos! - Top 5


5 - Marc Anthony - A Quién Quiero Mentirle 



4 - Chayane - Un Siglo Sin Ti

 


3 - Massimo di Cataldo - Si Dices Que Te Vss



2 - Luis Fonsi - Respira



1 - Miguel Bosé - Olvidame Tu

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O triste caso da bela e trágica Inês de Castro


“As filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo chorando memoraram,
E, por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram.
O nome lhe puseram, que ainda dura,
Dos amores de Inês, que ali passaram.
Vede que fresca fonte rega as flores,
Que lágrimas são a água e o nome Amores.”
(Os Lusíadas - Estrofe 135)
           O amor. Ah! O amor. “Que seja imortal”, que dure ou não, que seja tarde ou cedo, que belo sentimento, cantado em músicas, prosas e versos, arrebatamento e enlace, matéria prima dos sonhos dos poetas que em lirismo arrebatador o cantam e endeusam.
         Mas existe um amor não menos belo, ou talvez, muito mais belo por não ter a possibilidade de acontecer, esse amor que nasce de dois corações apaixonados, mas morrem sem o doce consolo de sua plenitude.
         A literatura é povoada desses trágicos casais, da mitologia grega, com Tristão e Isolda a Shakespeare com Romeu e Julieta, tratam do amor impossível de ser realizado, seja pelo destino traçado pelos deuses ou intervenção dos pais, trazendo um desfecho funesto em ambos os casos.
Porém um dos mais belos casos na literatura é a empolgante história do amor impossível, entre o príncipe D. Pedro e a dama de companhia Inês de Castro, relatado soberanamente em Os Lusíadas, de Luís de Camões.
O poeta português, autor da façanha heróica de compor uma das obras mais belas já escrita, tratando das conquistas marítimas portuguesas, mas, não se atendo apenas aos feitos e realizações frutos das viagens de Vasco da Gama, vai além, trilhando caminhos diversos e numa dessas trilhas, envereda pelas sendas das relações amorosas entre Pedro e Inês.
O episódio está contido no Canto III – versos 118-36 - da epopéia camoniana, ao contá-lo, Camões expressa todo seu lirismo, narrando a história daquela que “depois de morta foi rainha”.
Dama da corte portuguesa, amante do príncipe herdeiro que viria a ser rei com o titulo de D. Pedro I, Inês de Castro foi assassinada por motivos políticos.
Filha ilegítima de um nobre da Galícia, Inês de Castro nasceu por volta de 1323, em Castela. Em 1340, foi para Portugal como dama de honra de D. Constança, filha do infante espanhol D. Juan Manuel, quando esta se casou com o príncipe D. Pedro, filho do rei de Portugal, D. Afonso IV.
Com a morte de Constança, em 1345, e apesar da oposição do rei, D. Pedro casou-se secretamente com Inês. O casal teve quatro filhos e, a existência dessas crianças e mais a presença em Portugal de Alfonso e Fernando, irmãos de Inês, provocaram intrigas na corte, além de alimentar a suspeita do rei, que temia pelos direitos sucessórios de seu neto Fernando, filho de Constança.
Em janeiro de 1355, na ausência de Pedro, conspiradores prenderam Inês em Coimbra. O rei ignorou seus apelos e ordenou sua execução, para a qual Inês se entrega como uma flor, como fica evidenciado na estrofe 134:
“Assim como a bonina que cortada
Antes do tempo foi cândida e bela,
Sendo das mãos lascivas maltratadas
Da menina que a trouxe na capela,(...)”


Em 1357, Pedro subiu ao trono e desencadeou sua vingança. Executou pessoalmente os matadores de sua amada e ordenou que os restos mortais de Inês fossem transportados do mosteiro de Santa Clara para Alcobaça, com pompas reais. Conta a lenda que, na cerimônia de sua coroação, D. Pedro mandou que se vestisse os restos mortais de Inês com finíssimos trajes, corou-a rainha e fez toda a corte beijar sua mão.
Camões apresenta nesse episódio de sua obra o amor que no início era cortês do período medieval, como pode-se ver nos versos da estrofe 119, sendo esse o ponto alto do lirismo inserido no épico do restante da obra.
 
“Tu só, puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,(...)”
O amor é personificado e as metáforas são usadas para mostrar os sacrifícios e as provações aos quais os amantes enfrentaram tudo em versos elegantes que são usados para este fim, onde tudo contribui para a intensidade do amor. Tornando um caso amoroso numa grande epopéia de amor que não tem a chance de se realizar.
Nesse drama do amor irrealizado, do amor que mata, pois contrariando a tudo e a todos só pode ser realizado com a morte, podendo até mesmo transcendê-la, pois, apesar de sobreviver, o mundo de D. Pedro, como fica evidenciado, termina com a morte de sua linda Inês. E assim fica evidente que  a morte moral, a morte dos sentimentos e dos sonhos pode ser considerada, talvez, bem mais radical e definida que a morte física.
Camões nos leva a uma profunda reflexão sobre sentimentos e por que não, sobre beleza, a beleza trágica de um amor tão grande que nem a separação física pode apagar. Assim como as grandes tragédias de amor dos algozes nem se tem noticias, mas o amor é eterno, a história desse casal apaixonado mostra que nunca houve amor tão triste e maior como o de Pedro e de sua amada e infeliz Inês de Castro. 

domingo, 13 de novembro de 2011

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Teatro do Oprimido - TO








Tiveram início, no dia 24 de setembro de 2011, as oficinas de Teatro do Oprimido - TO, promovidas pelo projeto SuperAção. As oficinas estão sendo realizadas todos os sábados, no horário de 9h às 13h, na Escola Estadual Dom Otávio, situada na Rua A-20, Cj. Benedito Bentes I – Tabuleiro dos Martins, ministradas pelos multiplicadores Udson Pinheiro e Graça Cavalcante, que estão compartilhando a metodologia do TO com os adolescentes participantes, dentre eles alunos da própria escola e moradores do Benedito Bentes e de comunidades circunvizinhas.
O TO é uma metodologia, criada pelo teatrólogo Augusto Boal, que compreende a aplicação de exercícios, jogos e técnicas teatrais que fazem parte do seu arsenal, resultando na construção de uma cena de Teatro-Fórum, que será apresentada para a comunidade no término do projeto a fim de levantar discussões sobre uma determinada situação de opressão e encontrar, junto com o público, alternativas para o enfrentamento e a solução dessa questão apresentada.
O SuperAção conta com produção de Milla Pasan, que acompanha de perto todo o trabalho que está sendo desenvolvido. As inscrições foram realizadas de forma gratuita, e durante todo o período das oficinas e construção da cena, os participantes estão vivenciando o processo de compartilhamento e enfrentamento das suas opressões, preparando-se para a etapa final, que é a construção de diálogos nas suas próprias comunidades. No momento atual, eles encontram-se em fase de ensaios da cena e confecção de cenário/ figurinos para a apresentação.
A previsão de término desta etapa do SuperAção é em novembro, quando acontecerá a apresentação da cena em diversos espaços da comunidade, a serem posteriormente divulgados, levantando junto ao público discussões sobre a história apresentada, a fim de encontrar alternativas para superar a sua condição de oprimido. A história a ser encenada será a dramatização de uma história real de opressão, vivenciada por um dos participantes, e por eles escolhida, passando então a pertencer a todo o grupo. O público vai assistir a peça encenada e, ao final de cada apresentação, os espectadores, neste momento denominados espect-atores, serão convidados a entrar em cena e substituir o protagonista, mostrando alternativas aos problemas encenados.O objetivo é promover o comportamento ativo e interventivo nas pessoas, fazendo-as pensar sobre a opressão e principalmente agir para enfrentá-la, solidarizando-se com a situação mostrada na cena e apropriando-se dessa condição, reconhecendo-a como sua também. A partir daí, as pessoas começam a sentir desejo de agir, de apresentar alternativas para transformar a realidade.
O projeto “SuperAção - Construção de diálogos através do Teatro do Oprimido” é patrocinado pelo Ministério da Cultura por intermédio do Programa Mais Cultura, e pelo Ministério da Justiça através do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), Secretaria Nacional de Segurança Pública e Governo Federal, sendo um dos poucos projetos em todo o Brasil aprovados com nota máxima em todos os quesitos no edital Microprojetos Mais Cultura para Territórios de Paz. O SuperAção conta, ainda, com o apoio da Escola Estadual Dom Otávio e suporte metodológico do CTO – Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro.