quarta-feira, 9 de maio de 2012

Homenagem do Google a Howard Carter reabre discussão sobre antiguidades


No dia em que o Google homenageia o arqueólogo e egiptólogo britânico Howard Carter, uma velha discussão volta a tomar conta do campo das artes e da cultura. Trata-se dos pedidos do Egito para que museus da Europa e dos Estados Unidos devolvam peças históricas que foram levadas do país nos últimos séculos, em grande parte de forma ilegal.
A discussão já é antiga. Em outubro de 2009, os egípcios pressionaram e a França mostrou-se disposta a devolver cinco fragmentos de afrescos pintados em tumbas antigas. As peças haviam sido adquiridas pelo museu do Louvre entre 2000 e 2003, segundo o ministro francês da Cultura à época, Frederic Mitterand.
Na ocasião, o ministro alegou que as peças teriam sido adquiridas “de boa fé” pelo Louvre. Os egípcios não aceitaram as desculpas francesas e liderados por Zahi Hawass, um dos principais arqueólogos do Egito e à época diretor do Conselho Supremo para Antiguidades, afirmaram que não mais cooperariam com o museu francês caso as peças não fossem devolvidas.
Em 2011, a discussão voltou a ser intensificada e o museu Metropolitan de Nova York concordou em devolver aos egípcios 19 peças antigas que datam da época do faraó Tutancâmon.
Os objetos, que teriam sido levados retirados do Egito justamente por Carter, incluem um cachorro de bronze de dois centímetros de altura e parte de um bracelete que também havia sido encontrada pelo arqueólogo junto à tumba de Tutancâmon.




Nem mesmo as revoltas contra o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, que deixou o poder em fevereiro do ano passado, fizeram com que as reivindicações do país perdessem força. Durante alguns protestos contra o antigo governo, manifestantes entraram em alguns museus do Cairo e certas peças foram danificadas.
Os egípcios exigem ainda a devolução da Pedra de Roseta e do busto de Ramsés II, que estão em museus de Londres, da máscara do príncipe Kanefer e estátuas retiradas de pirâmides, que se encontram nos Estados Unidos, do Zodíaco de Dendera, que está no Louvre, na França e do busto de Neférfiti, no Museu Neues, na Alemanha. Apesar disso, os países ainda não avançaram nas negociações envolvendo essas peças específicas.
Howard Carter, homenageado pela ferramenta doodle do Google, completaria 138 anos nesta quarta. Sua principal descoberta aconteceu em 1922, quando encontrou o túmulo de Tutancâmon, o mais preservado já encontrado è época. A maioria dos objetos catálogados pelo britânico foi levada nos anos seguintes à Europa e aos Estados Unidos.


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