sexta-feira, 22 de junho de 2012

Felicidade - Adalberto Souza


No negro concreto fumegante,

a pequena flor do ipê

roxa de felicidade

parece sorrir

para enfeitar

a paisagem,

ou será saudade,

das irmãs florzinhas

que mais perto

do céu

dos galhos

mais altos

sorriem

com

maldade.


Marisa Monte inicia nova turnê em São Paulo





Aos gritos de "linda" e "maravilhosa" disparados por 1,8 mil fãs e famosos hipnotizados, a cantora Marisa Monte começou nesta quinta-feira (21) uma temporada de quatro semanas de shows repletos de projeções artísticas no HSBC Brasil, em São Paulo.
A primeira apresentação da turnê "Verdade Uma Ilusão" -- a sétima da carreira da artista de 44 anos -- em terras paulistanas começou às 22h28, com a voz marcante de Marisa em "Blanco", faixa do álbum "Barulhinho Bom", de 1996, seguida pela canção "O Que Você Quer de Verdade", título do mais recente álbum da cantora, lançado em 2011.
Logo de cara, Marisa interagiu com o público, a quem agradeceu diversas vezes pela presença e chamou de "amigo". Sempre simpática, a cantora disse "obrigada" e sorriu com os elogios gritados esporadicamente nos intervalos das músicas, chegando a suspeitar das loas vindas da plateia. "Aqui só tem amigo, é público suspeito", brincou. "Tô me sentindo muito em São Paulo, tá até garoando", disse a cantora, entre uma das músicas.



Durante a música "Descalço no Parque", escrita por Jorge Benjor, uma tela transparente que separa o palco da plateia é erguida, revelando melhor as cores do espetáculo que combina música com as obras de artistas contemporâneos brasileiros, todos citados pela cantora ao término da apresentação.
Frutos de parcerias antigas com Arnaldo Antures e Carlinhos Brown como "Arrepio", "Depois" e "Amar Alguém" se misturaram a trabalhos mais recentes da cantora como "Ilusión", composta com a artista Julieta Venegas.
Aos poucos, efeitos visuais como silhuetas dançantes controladas pela própria cantora, trechos de filmes e uma profusão de cores começam a completar o ambiente calmo e embalador criado por faixas como "Diariamente" e "Infinito Particular".
Ainda hipnotizada, a audiência é tomada de vez pelas projeções durante a música "ECT", que conta com imagens da obra "Manuscritos", de Mara Bernardes. O efeito é visto com clareza para as pessoas que ocupam os camarotes da casa. As imagens invadem o universo do espectador novamente mais tarde, durante a música "Gentileza", com palavras do "Glossário Para Viver Nas Cidades", de Marilá Dardot.
O misto de espanto inicial com berros de quem não consegue se conter ao ver a graciosidade da cantora deram lugar à tradicional batida de palmas durante as músicas "O Que Se Quer" e "Tema de Amor". Marisa também não dá a lugar à timidez e até arrisca uma dança sinuosa em "Sono Come Tu Mi Vuoi", versão da artista para a música da diva italiana Mina Mazzini.

O set é completado ainda por sucessos mais antigos como "Beija Eu" e "Não Vá Embora", esta última fechando a apresentação antes do bis.
Mas a reação mais exaltada dos fãs acontece logo após a saída de Marisa Monte do palco, que retorna poucos segundos depois, sozinha, para cantar o hit "Amor I Love You", no que foi acompanhada pelo coro do público do começo ao fim.
O acompanhamento da plateia seguiria com a música "Velha Infância". Com o público de pé desde o início do bis, o show se encerra com "Hoje Eu Não Saio, Não", mais uma faixa do último álbum de Marisa.

Homenagens e agradecimentos

 Famosos como Marina Person, Marília Gabriela, Marcelo Rubens Paiva, Zeca Camargo e José Simão também testemunharam a homenagem prestada pela cantora a Cássia Eller, que foi lembrada em "ECT".

Marisa ainda não se esquece de agradecer aos músicos do "power trio" da banda Nação Zumbi, composto pelo baterista Pupillo, o guitarrista Lúcio Maia e pelo baixista Dengue. Os três participaram das gravações do álbum "O Que Você Quer Saber de Verdade" e se misturam no show ao quarteto de cordas que participou da última turnê de Marisa, a "Universo Particular Tour". Outro remanescente que também é carinhosamente apresentado por Marisa é o músico Dadi Carvalho, ex-integrante dos Novos Baianos.
A turnê "Verdade Uma Ilusão" começou no dia 1 de junho, com shows em Curitiba e em Porto Alegre. Depois da passagem paulistana, o espetáculo será mostrado em terras cariocas, no espaço Vivo Rio. Para o restante da temporada em São Paulo, os ingressos para os setores Vip e Cadeira Alta estão esgotados, segundo a assessoria da casa de shows.
Confira o repertório da cantora em São Paulo nesta quinta-feira:
1."Blanco"
2. "O Que Você Quer Saber de Verdade"
3. "Descalço no Parque"
4. "Arrepio"
5. "Ilusión"
6. "Depois"
7. "Amar Alguém"
8. "Diariamente"
9. "Infinito Particular"
10. "ECT"
11. "De Mais Ninguém"
12. "Beija Eu"
13. "Eu Sei"
14. "Sono Come Tu Mi Vuoi"
15. "Ainda Bem"
16. "Verdade Uma Ilusão"
17. "A Sua"
18. "O Que Se Quer"
19. "Gentileza"
20. "Tema de Amor"
21. "Não Vá Embora"
Bis:
22. "Amor I Love You"
23. "Velha Infância"
24. "Hoje Eu Não Saio, Não"

VERDADE UMA ILUSÃO
Quando:
de 21 de junho a 15 de julho; quintas, às 21h30; sextas e sábados, às 22h; domingos, às 20h
Onde: HSBC Brasil - Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antonio
Quanto: de R$ 240 a R$ 320
Classificação etária: 14 anos (menores somente acompanhados dos pais ou responsáveis)

http://musica.uol.com.br/ultnot/2012/06/21/marisa-monte-inicia-temporada-em-sao-paulo-com-casa-cheia-e-famosos-na-plateia.jhtm

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A vida segundo Luiz Gonzaga


O cheiro de milho assado e o calor das fogueiras em chamas são comuns durante o mês de junho, especialmente no Nordeste brasileiro. Além do pipoco das bombinhas, o povo nordestino aprecia durante essa época outro som peculiar: é o encontro entre o choro da sanfona, o agudo do triângulo e o grave da zabumba, que faz soar os ritmos de um gênero musical tipicamente nordestino, o forró, também conhecido como arrasta-pé e bate-chinela.

As festas juninas de 2012 terão uma característica especial, pois em 13 de dezembro desse ano fará um século que nasceu Luiz Gonzaga do Nascimento, uma das mais importantes e inventivas figuras da música popular brasileira. Pernambucano nascido numa humilde fazenda no sopé da Serra de Araripe, em Exu, Luiz Gonzaga ultrapassou as fronteiras da sua terra natal, apresentando e difundindo a música nordestina a outras regiões do país.

Ao estilizar, recriar e popularizar a musicalidade nordestina, Gonzaga recebeu o posto de Rei do Baião – um dos principais ritmos do forró, seguido pelo xaxado e o xote. “Dentre aqueles gêneros diretamente criados a partir da matriz folclórica, está o baião e toda a sua família. E da família do baião Luiz Gonzaga foi o pai”, escreveu o músico brasileiro, Gilberto Gil, no prefácio da biografia Vida do Viajante: a Saga de Luiz Gonzaga, de Dominique Dreyfus. Nele, Gilberto ainda admitiu ser “um discípulo e devoto apaixonado do grande mestre do Araripe”.

Além de Gilberto Gil, o legado de Luiz Gonzaga influenciou nomes da MPB como Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Gal Costa, Hermeto Paschoal, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Belchior, Fagner e até o cantor e compositor Raul Seixas, considerado um dos pioneiros do rock brasileiro.

Ao decolar com sua Asa Branca, canção emblemática composta em 1947, em parceria com o cearense Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga consagrou o “sertão musical” do Nordeste nos centros urbanos, onde sobreviveu e renovou-se, enriquecendo seu dom em parceria com músicos e poetas que encontrava pelo caminho. “Atingi praticamente todas as camadas sociais, cassinos etc., mas nunca me empolguei pela cidade grande e a saudade do Nordeste sempre foi eterna”, admitiu um Luiz Gonzaga enfermo, “derrubado” pela osteoporose, em entrevista concedida ao jornalista Marcos Cirano e ao fotógrafo Pedro Luiz em 17 de outubro de 1988, nove meses e 16 dias antes da morte do Rei do Baião.

“Estivesse onde estivesse: no Noroeste, no Oeste, no Sul, em São Paulo ou no sul do Sul. Aonde eu ia, encontrava as colônias nordestinas”, disse Gonzaga durante a entrevista, completando: “Saudosas colônias sem administração, sem mando, furando novas – vamos dizer assim –, procurando se apossar de um pedacinho de terra, um meio de vida melhor”. Ele ainda afirma que cantava para esse povo, lá onde estivessem, as canções mais bonitas, as mais fortes, as mais tristes e que faziam todo mundo chorar: “Meu objetivo não era esse, mas acontecia. Às vezes, eles choravam com uma coisa alegre que eu cantasse”.

Cantando um Nordeste para pessoas como ele, que viviam longe de suas raízes, Gonzaga transformou-se em um estilo, em um repertório que conquistou o país e não enfraqueceu seu ardor até os dias de hoje. “Hoje, graças a Deus, bem sucedido, menos com a saúde, continuo cantando com graça o meu forró”, de fato, ainda que não esteja presente em “carne e osso”, ele resiste ao tempo e permanece vivo na memória do povo brasileiro, por meio de gravações, um museu e outras vozes.


Fundação Biblioteca Nacional e Funarte lançam bolsas de literatura

Em ação conjunta, FBN e Funarte oferecem, 30 bolsas de criação e 20 de circulação, voltadas para a literatura

O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, e o Presidente da Funarte, Antonio Grassi, anunciam nesta quinta-feira, dia 28 de junho, o lançamento oficial das bolsas de criação e de circulação literária FBN/Funarte. O anúncio será feito às 16h no Auditório Eliseu Visconti, localizado no prédio sede da Fundação Biblioteca Nacional, no Centro do Rio de Janeiro. Os editais foram publicados no Diário Oficial da União do dia 19 de junho, terça-feira.
Serão oferecidas 30 bolsas voltadas para a criação literária, em âmbito nacional, no valor de R$ 15 mil cada, direcionadas a escritores iniciantes. O objetivo do edital é promover o desenvolvimento de projetos de criação de romances, contos, crônicas, novelas e poemas. Já para o edital de circulação literária serão destinadas 20 bolsas, no valor de R$ 40 mil, com o intuito de concretizar projetos voltados à promoção e difusão da literatura por meio de oficinas, cursos, contação de histórias e/ou palestras.

De acordo com o presidente da Funarte, Antonio Grassi, a grande novidade desta edição do Bolsa de Criação Literária é o incentivo a novos escritores. “Pela primeira vez, este edital será voltado exclusivamente para autores iniciantes. Com esta iniciativa, pretendemos estimular e democratizar o acesso ao fomento na área da literatura”, ressalta Grassi
O projeto, segundo o presidente da FBN, Galeno Amorim, é vital para alavancar os índices de leitura nas regiões apontadas como as mais frágeis pela pesquisa Retratos da Leitura. “Somente com o lançamento de ações afirmativas e focadas como a Bolsa de Circulação é que a Biblioteca Nacional, a Funarte e o Ministério da Cultura contribuirão de forma efetiva para a popularização da literatura de forma nacional”, avalia Galeno.

As inscrições nos editais podem ser feitas até o dia 2 de agosto.
Clique abaixo para mais informações e acesso aos editais
http://www.funarte.gov.br/literatura/fundacao-biblioteca-nacional-e-funarte-lancam-bolsas-de-literatura/