quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A fotografia do meu antigo amor dançando tango - Diego Moraes



Em seus diálogos, Diego Moraes atinge a perfeição entre imagem e ritmo. Só que esta perfeição não foi alcançada no estudo das peças de Beckett, mas assistindo aos filmes da Sessão da Tarde, a partir dos quais Moraes esmerilhou sua esgrima fraseada repleta de interrupções. Moraes escreve para se vingar – de ex-namoradas, de antigos e novos desafetos. E a vingança é o melhor combustível para a escrita. Sobretudo para Diego Moraes, que é um sujeito deliciosamente paranoico – ótima qualidade para um escritor. Tanto que você não gostaria de têlo como vizinho. Mas, obviamente, adorará têlo na prateleira de sua biblioteca. O que temos então em Fotografia do meu amor dançando tango é uma colagem híbrida de narrativas que passeiam entre a Sessão da Tarde e a literatura consumida às pressas. São narrativas curtas, nas quais o autor não perde tempo com descrições, preferindo ir direto ao centro do tumulto no qual suas personagens respiram.

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